Quebrando o Silêncio

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Violência infantil: consequências a curto e longo prazo

O abuso sexual em si já é considerado um crime de grande porte, mas o que realmente prejudica um indivíduo que sofre esse tipo de violência não é o simples fato da agressão, e sim as consequências que ela traz no decorrer do tempo. Prova disso, é uma recente pesquisa feita na Universidade de Cambridge, […]


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O abuso sexual em si já é considerado um crime de grande porte, mas o que realmente prejudica um indivíduo que sofre esse tipo de violência não é o simples fato da agressão, e sim as consequências que ela traz no decorrer do tempo. Prova disso, é uma recente pesquisa feita na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, e divulgada na última sexta-feira, 1º. de setembro no periódico American Journal Psychiatry. O estudo apontou que, pessoas que tiveram a infância conturbada por questões de agressão física, sexual ou emocional, são mais propensas a se tornarem dependentes químicos. De acordo com os pesquisadores, a dependência química está associada aos traços de personalidade obtidos pós-violência, tornando a vítima compulsiva e impulsiva.

 

Alguns psicólogos acreditam que essa possível propensão é tida devido o fato de o indivíduo buscar esquecer o que lhe acontecera. Para tanto, buscam as drogas como válvula de escape. Por outro lado, eles alertam que, apesar dessa propensão, as pessoas não deveriam tomar essa medida como “desculpas” e sim procurar um acompanhamento psicológico de maneira urgente.

 

Segundo um levantamento feito pelo ministério da Saúde em 2011, foram quase 15 mil notificações de violência doméstica, sexual e física. Só nos primeiros quatro meses desse ano, as denúncias de abuso sofreu alta de 70% em comparação com o mesmo período do ano passado. Dessa forma, abuso sexual fica como o segundo maior tipo de violência infantil, ficando atrás apenas do abandono e negligencia para com os menores. Analisados os números, 64,5% dessas agressões aconteceram dentro da casa da própria vítima, sendo, na maior parte das vezes, realizadas por amigos e familiares.  E se engana quem pensa que o maior número de vítimas é do sexo feminino. Outro dado divulgado pelo levantamento identificou que casos registrados, 17% deles atingem os meninos e 11% as meninas.

 

Apesar do grande número de denúncias feitas, nem sempre elas servem para ajudar no combate a esse crime. O Ministério Público da Bahia divulgou alguns dados que mostram que 30%, das quase mil denúncias recebidas pela Secretaria Geral de Direitos Humanos, entre janeiro e julho deste ano, não passavam de trotes ou acusações sem fundamento, o que atrapalha nas investigações.

 

A violência contra a criança e o adolescente deve ser combatida. Na maior parte das vezes ela está mais próxima do que muitos imaginam. Qualquer pessoa pode ajudar no combate essa prática. Em caso de suspeita, o número para denúncia é:100 e pode ser discado de qualquer telefone no território nacional. A denúncia feita pela internet pode ser enviada para o e-mail: [email protected], não é preciso se identificar. [Equipe ASN, Wanderson Isac]

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