[Cuiabá-MT] O bullying pode ser definido como uma agressão feita de forma sistemática, praticada pelo menos três vezes contra a mesma pessoa num mesmo ano. Tem se tornado um problema cada vez mais frequente nas escolas, sendo que o debate sobre o tema ganhou força após o assassinato em massa na Escola de Realengo no Rio de Janeiro, cometido pelo estudante Wellington Oliveira, em abril deste ano. Por isso, com o objetivo de conscientizar os alunos e combater esse mal, o projeto Quebrando o Silêncio realizou várias palestras nas escolas municipais, estaduais e particulares de Cuiabá e do interior do estado, entre os dias 22 a 25 de agosto.
Conforme explica Marli Peyerl, líder geral do projeto em Mato Grosso, 45.409 alunos do estado assistiram às palestras de orientação realizadas em 115 escolas (incluindo Cuiabá, Várzea Grande e cidades do interior). Participaram como palestrantes Cleide Fraga, coordenadora pedagógica geral da educação
adventista, Henilson Erthal, diretor geral das escolas adventistas, Levino dos
Santos, líder geral dos jovens adventistas e Marli Peyerl, ambos atuantes em Mato Grosso. Também ministraram palestras Débora Silva, líder geral do projeto na região centro oeste e Wiliani Marroni, líder geral do projeto Quebrando o Silêncio na América do Sul.
O projeto, realizado em parceria com a Educação Adventista, envolveu professores, diretores, coordenadores e a sociedade civil organizada. Além das escolas, contou com o apoio do Conselho Tutelar, Secretaria de Educação do Estado, Centro de Reabilitação e Assistência Social (CREAS), Sistema Municipal de Transporte Urbano (SMTU), Polícia Civil, Turma Nosso Amiguinho e trio elétrico.
A violência e suas múltiplas facetas
De acordo com a educadora Cleide é possível perceber dentro do ambiente escolar como é importante aprender a conviver com as diferenças, pois aceitar o outro é o primeiro passo para uma convivência pacífica. “Ao realizar as palestras observamos que os alunos
ficam um olhando para o outro. A minoria tem coragem de relatar que sofrem essas agressões”, afirma.
“Achei muito importante passar para os alunos essa mensagem de não violência, já que a mesma está se tornando algo ‘normal’ nas escolas. As palestras contribuíram no sentido de trabalhar a mente dos alunos a fim de cresçam evitando a violência. Se a gente não trabalhar isso daqui a alguns anos vai ficar insuportável e os alunos não vão conseguir evoluir no aprendizado”, destaca o professor de geografia Dorgival Barbosa, da Escola Municipal Firmo José Rodrigues.
Thaynara Oliveira tem apenas 11 anos, mas agora já sabe o que fazer para defender um colega que esteja sofrendo bullying. “Aprendi
que a gente não pode ser violento e nem ficar procurando briga com os outros. Se eu ver um amigo ou colega de classe sendo maltratado vou falar para a diretora, a professora ou mãe da pessoa”, enfatiza.
A irmã gêmea da menina Thayane Oliveira, 11 anos, salienta que aprendeu que ser violento não leva ninguém a lugar nenhum. “Agora, se eu ver um colega querendo bater no outro, eu vou falar pra ele que não pode fazer isso porque é bullying”, explica a garota.
Por Ellen Ribeiro