Durante algum tempo, o acesso aos conteúdos pornográficos era, de certa forma, difícil. Atualmente, um clique é suficiente para levar, de crianças a adultos, a percorrerem um universo de fotos e vídeos de teor pornográfico.
Entre os conteúdos disponíveis na internet, os conteúdos eróticos têm o maior potencial viciante. Mas tornar-se um vício não é o único problema deste tipo de conteúdo. Em um estudo de revisão, no qual foram analisados 17 estudos científicos, verificou-se que existem ligações entre o consumo de pornografia (na internet ou fora dela) e uma ocorrência maior de práticas sexuais inseguras e com um número maior de parceiros sexuais.
Muitas das práticas sexuais inseguras terminam em transmissão de doenças ou gravidez. De acordo com o resumo do Relatório Situação da População Mundial 2013, do UNFPA - Fundo de População das Nações Unidas,
“Todos os dias, 20 mil meninas com menos de 18 anos dão à luz em países em desenvolvimento. Nove em cada 10 desses nascimentos ocorrem dentro de um casamento ou de uma união. Do total anual de 7,3 milhões de novas mães adolescentes, 2 milhões têm menos de 15 anos; se persistirem as tendências atuais, o número de nascimentos advindos de meninas com menos de 15 pode chegar a 3 milhões por ano em 2030".
Quanto às doenças sexualmente transmissíveis. Diversas ações são estudadas e aplicadas com o objetivo de reduzir a transmissão dessas doenças. Se pensarmos na AIDS, por exemplo, de acordo com dados da UNAIDS – Programa das Nações Unidas sobre HIV/AIDS , "em todo o mundo estima-se que 4,5 milhões de jovens (15-24 anos) e 2,1 milhões de adolescentes (com idade entre 10-19) estavam vivendo com o HIV até o final de 2012”. Uma das 10 metas estabelecidas pelos Estados-Membros na Declaração de 2011 da Política sobre HIV e AIDS das Nações Unidas é "reduzir a transmissão sexual em 50% até 2015”.
Mas, nem o combate a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS, nem o combate à gravidez precoce, podem ser plenamente eficazes se elementos que colaboram para as práticas sexuais inseguras não forem combatidos também. Se o consumo de pornografia, em suas diferentes formas, é um estímulo às práticas sexuais inseguras, precisamos lutar contra a pornografia também!