Quebrando o Silêncio

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Orientando as crianças sobre como lidar com gracejos

Quase toda pessoa experimenta em alguma fase da vida (muitas vezes infância ou adolescência) ser vítima de piadas ou gracejos. Às vezes os colegas colocam apelidos, outras vezes a pessoa fica estigmatizada devido a alguma característica física ou comportamental. O fato é que quem é bom em fazer esse tipo de brincadeira, encontra sempre uma […]


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shutterstock_200319443Quase toda pessoa experimenta em alguma fase da vida (muitas vezes infância ou adolescência) ser vítima de piadas ou gracejos. Às vezes os colegas colocam apelidos, outras vezes a pessoa fica estigmatizada devido a alguma característica física ou comportamental. O fato é que quem é bom em fazer esse tipo de brincadeira, encontra sempre uma forma de fazer. Acontece que nem sempre o alvo da brincadeira se diverte com ela, e mesmo que não se configure bullying, a pessoa pode se sentir incomodada e desrespeitada.

Quando isso acontece e a criança chega a contar para os pais, é comum que ela receba a instrução de "não dar corda”, não se importar, para que a brincadeira perca a graça e cesse. É bem verdade que, para muita gente este é um conselho muito difícil de se seguir. Contudo é um ótimo conselho!

Se ignorar as brincadeiras é uma boa solução, entrar nelas também pode ser. Conheci o caso de um garoto que fazia o tipo “patinho feio” do grupo. Seus colegas colocaram nele um apelido, que na verdade era o contrário do que pensavam sobre ele. Imagine, por exemplo que o apelidaram de “bonitão”. E em tom sarcástico era assim que se referiam a ele. Aquele garoto entrou na brincadeira, quando era chamado pelo apelido não respondia expressando incômodo, mas parecia brincar consigo mesmo também. Além disso, ele começou a se comportar como um “bonitão” mesmo. Começou a cuidar mais da aparência, e dentro de algum tempo, deixou de ser o “patinho feio” do grupo. Ele usou em benefício próprio algo que poderia tê-lo feito se sentir mal.

Aprender a lidar com as brincadeiras dos colegas, seja ignorando-as ou participando delas, desde a infância é uma forma de desenvolver habilidades para lidar com situações similares na vida adulta. Lutamos por um mundo com mais respeito, mas precisamos educar nossas crianças para sobreviverem a um mundo hostil.

Apesar de podermos orientar as crianças  a usarem estratégias como ignorar as brincadeiras, ou entrar nelas, algumas brincadeiras podem ser altamente prejudiciais e denegrir sua imagem. Por isso, é importante orientar à criança que sempre converse com um adulto de confiança sobre o que está acontecendo. Algumas brincadeiras podem tomar proporções que a caracterizem como bullying, e nossas crianças não precisam ser expostas a isso. Desta forma, também, formamos cidadãos que saibam quebrar o silêncio.

Karyne Lira Correia, Psicóloga

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