Nos últimos anos, muito se tem ouvido falar sobre o bullyng, que é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, tiranete ou valentão) ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo executadas dentro de uma relação desigual de poder.
Em 20% dos casos as pessoas são simultaneamente vítimas e agressoras de bullying, ou seja, em determinados momentos cometem agressões, porém também são vítimas de assédio escolar pela turma. Nas escolas, a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos e grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida.
Dados da pesquisa Bullying escolar no Brasil, publicada em 2010 pela ONG Plan Brasil, mostram que no país cerca de 70% dos estudantes dizem já terem presenciado cenas de violência em suas unidades de ensino.
O maior problema é que as vitimas dessa violência sofrem caladas, por isso a Igreja Adventista do sétimo Dia em Santarém promoveu pelo segundo ano seguido o projeto “Quebrando o Silêncio”, que esse ano abordou o tema “bullyng”.
Vinte escolas da rede publica e privada receberam palestras sobre o bullyng. As palestras foram divididas por turmas, onde os alunos receberam orientações. No final de cada seminário os estudantes receberam a revista preparada para a campanha desse ano, mais alguns folhetos explicativos. Foram distribuídas 90 mil revistas em todo o oeste paraense.
Cléa Souza é uma participante do projeto que conhece bem o sofrimento causado pelo bullyng, pois seu filho foi vitima dessa violência. “Aos 14 anos, meu filho por ser obeso era constantemente importunado pelos colegas da escola, e isso o fez largar os estudos, e até hoje, dez anos após o ocorrido ele não voltou a escola e tem sérios problemas de relacionamento social”. Comenta Cléa.
O pequeno Diego Silva, de 12 anos assistiu à palestra e diz que vai tomar cuidado de agora em diante, para não cometer esse tipo de “brincadeira”. “A pratica dessas brincadeiras ofensivas é normal, mas agora entendo que isso faz mal as pessoas, vou evitar isso, de agora em diante”.
Para Iara Costa, coordenadora do projeto no oeste do Pará, a realização da campanha foi um sucesso. “A realização deste projeto foi satisfatória, pois a igreja e a sociedade abraçaram esta causa. Nosso objetivo foi conscientizar a população que a Igreja Adventista abraçou esta causa e está de braços abertos com o projeto quebrando o silêncio”. Comenta Iara.
A imprensa da cidade esteve presente nas escolas e fez a cobertura do projeto que acontece em todo o Brasil nessa época do ano.