Quebramos o silêncio pelo resgate da dignidade do humano, seja ele vítima ou agressor.

Quando falamos em quebrar o silêncio corremos o risco de ter um olhar unilateral sobre os casos de violência. Isto porque somos tentados a olhar apenas para a vítima como sendo alguém que necessita de apoio e atenção. Contudo, do outro lado estão os agressores, que são seres humanos assim como as vítimas, e gente que precisa receber não apenas a pena do crime, mas o suporte profissional necessário para sua reintegração como ser humano capaz de conviver harmoniosamente com as regras da sociedade.

Você já parou para pensar nas razões pelas quais uma pessoa vem a se tornar um estuprador, ou um pedófilo, por exemplo? Já parou para pensar que por trás de quem comete um crime de violência existe alguém que um dia nasceu como um bebê, assim como você e eu, e que por razões que talvez nem imaginamos, desenvolveu hábitos de agressividade e de violação da norma social?

Sim, por trás das más intenções, das palavras rudes, dos socos e dos tapas, existe uma história. Esta história não justifica o mal que é feito, mas explica, ao menos um pouco, sobre sua origem. Uma história que não é apenas cronológica, mas em alguns casos biológica. Uma história que por vezes contém também cenas de violência e dor sofrida por este que agora se tornou um agressor.

Quando dizemos “quebre o silêncio” não pensamos apenas em colocar atrás das grades aqueles que cometem crimes de violência. Queremos quebrar o silêncio por completo, incluindo o silêncio dos que não sabem onde conseguir ajuda para mudar essa forma violenta de ser. Queremos, também, atuar de forma preventiva, orientando as vítimas a buscarem a ajuda necessária para que seu futuro não seja de reprodução dos traumas de agressões sofridas que, entre outras coisas, se manifesta em novas formas de agressão.

Hoje, queremos quebrar o silêncio sobre este assunto e convidar você a pensar mais sobre a necessidade de ajuda profissional que os agressores possuem. Estes seres humanos, vistos com maus olhos pela sociedade, também carecem de suporte e atenção.