Maceió, AL...[ASN] “Meu filho sofre bullying há mais de dois anos e nesse período nenhum agressor foi suspenso, transferido ou expulso da escola. Ele sofre muito e eu sofro junto com ele.”
“Decidimos procurar o Conselho Tutelar e o Ministério Público (MP) depois de fracassadas tentativas de solucionar o problema dentro do próprio grupo escolar.”
“Ele sempre foi um aluno aplicado, ativo, mas chegou ao ponto de reprovar no ano passado porque tinha medo de frequentar atividades complementares. Como posso ficar calada diante de uma situação dessa?”
São relatos assustadores de agressões físicas e psicológicas que, infelizmente, veem se tornando cada vez mais constantes em nossa sociedade.
Bullying é um termo utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo (do inglês bully, valentão) ou grupo de indivíduos causando dor, angústia e desespero sendo executadas dentro de uma relação incoerente de poder.
A população de Alagoas vivencia estarrecida os altos índices de violência contra criança, adolescentes, mulheres e idosos. Mas para um grupo concentrado de pessoas, chegou a hora de quebrar o silêncio e dá um basta à violência.
No último sábado (27) foi realizada uma passeata pela orla de Maceió, organizada pela Igreja Adventista do 7º Dia com o intuito de chamar a atenção da população e autoridades do Estado. “Quem sofre com o bullying é perseguido, humilhado, intimidado e, isso não deve ser encarado como brincadeira de criança. Precisamos contra-atacar”, afirma a Promotora de Justiça, Salete Adorno.
Na ocasião, foram distribuídos mais de trinta mil panfletos, revistas e gibis abordando a questão do bullying, além da distribuição de sete mil livros A Grande Esperança. "Deus está orgulhoso de cada filho dele que esteve hoje na linda orla de Maceió. Louvado e exaltado seja o nome do Senhor", declarou o presidente da Missão Alagoas, Otimar Gonçalves.
A passeata contou com o apoio da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) que abriu caminho para o trio-elétrico que anunciava o propósito do evento em favor da paz nas escolas, lares e asilos, passar. Um público aproximado de cinco mil pessoas esteve presente portando faixas e cartazes na passeata “Quebrando o Silêncio” - uma campanha educativa realizada anualmente em todo o Mundo. Esta edição esteve focada na orientação às vítimas de bullying, para que elas busquem ajuda dos órgãos competentes, quebrando assim o ciclo de abuso e violência, dor e sofrimento de milhares de alagoanos.
“A criança pode ser agredida só fisicamente e sofrerá psicologicamente. veja que o sofrimento é de tal gravidade, muitas vezes, que eles preferem morrer a continuar vivos e os pais não percebem o que está acontecendo; isso porque, damos pouco valor à saúde mental”, explica o psiquiatra, Wilson Zielak. Ele diz que ainda há um tabu em relação aos cuidados com a mente, pois, “muita gente pensa que psicólogos e psiquiatras são para doidos, por isso é que vivemos num inferno sem fim.”
O estudante Geobonny Simões disse que sofreu bullying na antiga escola e que passou por um momento muito complicado e triste de sua vida. "Estou aqui para quebrar o silêncio junto ao colégio Adventista que me acolheu tão bem! Só quem já foi vítima de preconceito, sabe o mal que isso faz ao psicológico", disse o adolescente.
“A igreja Adventista está de parabéns pela ousadia! Não é comum encontramos pessoas dispostas e que se preocupam com o bem estar das famílias, do próximo. Movimentos como este nos passa credibilidade e esperança de um mundo melhor”, declara a empresária, Mi Kawamura. [Equipe ASN, Vanessa Lima]