Catalão, GO... [ASN] Catalão parou com a ação dos adventistas do sétimo dia, através da realização da campanha Quebrando o Silêncio. Não há outra maneira de descrever a ação que aconteceu no dia 30 de agosto, e reuniu centenas de crianças e pais na “Praça do Lazer”, com direito a pipoca, algodão-doce, cama elástica, gincanas, pintura em papel com tinta guache, pintura facial, futebol, voleibol, e ainda a apresentação de um teatro com os fantoches da Turma do Nosso Amiguinho.
“Foi sensacional! A praça ficou lotada. As atividades eram coordenadas simultaneamente, e o pessoal se divertiu muito. Colocamos um carro de som com músicas do Nosso amiguinho e, a todo o momento, dávamos dicas de como se prevenir da violência. Distribuímos folhetos, algumas revistas e alguns bonés”, conta Julieta Rodrigues, que organizou a ação.
Durante o evento membros do Conselho Tutelar também participaram. A rede Globo local, através da TV Pirapitinga, e alguns jornais e revistas fizeram a cobertura do evento. Fogos de artifício coloriram o céu, chamando também a atenção da população para esta ação.
Antes, porém, de parar a cidade e atrair tantas pessoas para a Praça do Lazer, a campanha Quebrando o Silêncio já tinha tomado as ruas de Catalão. Durante a passagem da Chama da Paz pelo município, no dia 29 de agosto, as organizadoras da campanha aproveitaram a oportunidade para divulgar o protesto da Igreja Adventista do Sétimo Dia a respeito da violência doméstica.
“A prefeitura promoveu uma caminhada pela paz e resolvemos participar. Saímos muito organizados, com camisetas, bonés, faixas. O prefeito, Velomar Rios, recebeu e usou nosso boné”, conta Julieta.
Além de toda a campanha para chamar a atenção dos moradores de Catalão, os voluntários se organizaram para uma rodada de orientações para as crianças, o foco do Quebrando o Silêncio em 2009.
Várias escolas e creches foram visitadas, recebendo palestras para os pequenos sobre a violência e métodos de prevenção, também foi feita uma maciça distribuição de folhetos e revistas. Julieta conta relatos importantes que ouviu de crianças que entenderam que é necessário denunciar os maus tratos sofridos em casa, e procurar ajuda para serem protegidas.
“Durante as palestras e divulgação do projeto, nos emocionamos muito com as crianças que, quando questionadas sobre a violência, abriam seus corações e nos contavam casos acontecidos com elas. Eu dizia que a violência não machucava só o corpo, mas principalmente o coração, nos fazia ficar tristes e com vontade de chorar. Num desses momentos, uma criança de 3 anos me olhou e disse que havia ficado triste, que tinha chorado, que tinha doído. Conversei com ela individualmente e soube que havia sido abusada um dia antes”, lembra Julieta. A direção da creche tomou providências para proteção daquela criança.
Outra criança contou que viu o pai espancar a mãe, que estava grávida. “Ela me disse: ‘Tia violência é muito ruim, eu ia ter um irmãozinho, mas o meu pai bateu muito na minha mãe e meu irmãozinho morreu. Eu pedia pra ele parar, mas ele não ouvia’", relata Julieta. Para ela, isso demonstra a importância de falar sobre o mal da violência doméstica e ajudar esta nova geração.
Ainda de acordo com Julieta, os diretores das escolas e creches agradeceram a realização das palestras. “Uma delas disse uma frase que nos marcou muito, ela afirmou que o trabalho da Igreja é muito lindo e que veio em boa hora. Disse que fomos enviados por Deus”.
Para a coordenadora estadual da campanha Quebrando o Silêncio, Euridéa Sabino, receber tantas informações do sucesso do projeto em todas as partes de Goiás é muito emocionante. Ela parabeniza as líderes da Igreja de Catalão pelo excelente trabalho de orientação sobre a violência doméstica e também de divulgação da Igreja, junto à comunidade, autoridades e meios de comunicação. [Equipe ASN - Francis Matos e Julieta Rodrigues]