Quebrando o Silêncio

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2014 - um ano de crise para milhões de crianças

É assim que o UNICEF descreve o ano de 2014 - um ano de crise para milhões de crianças. Com a intensificação dos conflitos em todo o mundo, milhões de crianças foram expostas à violência. Muitas foram recrutadas à força e tornaram-se alvos de grupos armados. De acordo com dados publicados dia 08 de dezembro de […]


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shutterstock_199675751É assim que o UNICEF descreve o ano de 2014 - um ano de crise para milhões de crianças. Com a intensificação dos conflitos em todo o mundo, milhões de crianças foram expostas à violência. Muitas foram recrutadas à força e tornaram-se alvos de grupos armados.

De acordo com dados publicados dia 08 de dezembro de 2014, estima-se que 230 milhões de crianças que vivem hoje em países e áreas afetadas por conflitos armados. Segundo Anthony Lake, Diretor Executivo do UNICEF, "este tem sido um ano devastador para milhões de crianças",  "crianças foram mortas enquanto estudavam na sala de aula e enquanto dormiam em suas camas; crianças que ficaram órfãs ou que foram sequestradas, torturadas, recrutadas, estupradas e até mesmo vendidas como escravos. Nunca na história recente tantas crianças foram submetidas a esse tipo de brutalidade indescritível ".

É possível que tenhamos passado o ano de 2014 alheios a essas informações. Talvez, inclusive, enquanto lemos dados como estes, ainda sintamos que tal violência ocorre muito distante de nós. Pode ser que o pano de fundo dos conflitos armados esteja realmente distante de muitos de nós. Mas, o que dizer de outros panos de fundo, como grandes eventos internacionais e o mercado da moda? Durante este ano de 2014, nos mobilizamos contra o Turismo Sexual, especialmente no período do Campeonato Mundial de Futebol. Isto porque a exploração sexual de crianças e adolescentes aumenta consideravelmente durante grandes eventos como este.

Mas passada a Copa, não podemos nos esquecer que há ainda diversos contextos de exploração de crianças bem perto de nós. Nos últimos anos, por exemplo, foram realizadas diversas reportagens e matérias acerca do trabalho escravo em empresas de confecção de roupas. Roupas estas que chegam aos nossos guarda-roupas. Como reagimos a isto? É esta exploração menos significativa que a das crianças em campos de guerra? E o que dizer dos 3,5 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos que estavam em situação de trabalho infantil em 2013 no Brasil? E há tantos outros milhares que estão em condição semelhante no Peru, na Bolívia, na Argentina, no Chile, no Equador, no Paraguai e no Uruguai. Como lidamos com a exploração que ocorre perto de nós?

É preciso quebrar o silêncio sobre este assunto! Este mês completaram-se 25 anos da Convenção sobre os Direitos da Criança. 25 anos e ainda há muita criança que vive privada de seus direitos.

"No século XIX, a comunidade internacional se reuniu para declarar que a escravidão era uma afronta à nossa humanidade comum. Hoje, os governos, a sociedade civil e do setor privado devem se unir para erradicar todas as formas contemporâneas de escravidão, incluindo trabalho forçado. Juntos, vamos fazer todo o possível para ajudar os milhões de vítimas em todo o mundo que vivem em cativeiro e foram privadas de seus direitos humanos e dignidade. " (Mensagem do Secretário-Geral das Nações Unidas, Dia Internacional para a Abolição da Escravatura 2014)

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