Eles são carente de amor, justiça e total solidariedade.
15 de junho é Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa.
Com o galopante número de idosos no mundo atual, é urgente uma mudança nas atitudes para com este segmento da sociedade. As autoridades governamentais em todos os níveis - federal, estadual e municipal - devem estabelecer prioridades em tudo o que diz respeito às necessidades fundamentais da pessoa idosa.
Após a promulgação da lei nº. 10.741 de 1 de outubro de 2003, quando foi instituído o Estatuto do Idoso, houve uma melhora nas relações da sociedade brasileira para com a chamada Terceira Idade. Entretanto, é necessário que haja um crescimento e uma consciência cada vez maior sobre este tema.
A família, a comunidade, a sociedade em geral e o poder público não devem cruzar os braços diante dos desafios que se apresentam. Muitos a chamam de "melhor idade", mas esta não deixa de ser uma expressão hipócrita porque, se os que chegam à velhice estão na melhor idade, dispensa-se a atenção e o interesse para com os idosos. É uma faixa da vida humana carente de amor, justiça e total solidariedade.
No Velho Testamento, livro de Deuteronômio, capítulo 19, versículo 32, de autoria de Moisés, lemos estas solenes palavras: "Diante das cãs te levantarás. e honrarás a presença do ancião e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor". É da vontade de Deus que tenhamos respeito para com os encanecidos, tributando a eles o respeito, a honra, a dignidade que merecem. Isto é do interesse divino.
Quando nos levantamos diante da Terceira Idade, o Senhor de nossas vidas Se alegra com este nosso procedimento. Desprezar os idosos, negando-lhes as condições de uma vida digna, sem saúde, lazer, alimentação e moradia, é uma ofensa ao nosso Criador. É célebre a expressão latina: Maledicti qui senum non misérti sunt, que traduzido é: "Amaldiçoados aqueles que não se apiedaram das pessoas idosas".
Em muitas civilizações do passado, havia um lugar de destaque para os idosos. Ainda hoje, entre os povos orientais, é uma honra ter um velho na família. O antigo adágio medieval é verdadeiro: Senex homo bonum signum in domo ("Um ancião é um bom sinal numa casa").
A sabedoria popular confirma o valor dos idosos: "Coco velho é o que dá azeite", como se diz comumente no Nordeste. "Macaco velho não mete a mão na cumbuca", isto é, os experimentados na vida não caem fácil nas armadilhas forjadas para a juventude incauta.
Temos que aprender com os anciãos. Eles constituem um patrimônio da humanidade e não devem ser descartados. Eles merecem a simpatia e a empatia de todos desta atual geração.
Fonte:
Texto de Anísio Chagas, publicado no Notícias do Dia de Florianópolis. Anísio Chagas é pastor jubilado e membro do Conselho Estadual do Idoso em Santa Catarina.