Isolamento, depressão e até suicídio ou assassinato, estes são os possíveis resultados desta forma de violência silenciosa. “É muito importante falar sobre o bulling nas escolas e para a população. Veja o caso daquele rapaz no Rio de Janeiro. Ele sofreu esta violência quando criança e após anos matou muitos alunos do seu antigo colégio”, ressalta Meibel Guedes, terapeuta familiar.
O projeto “Quebrando o Silêncio” da Igreja Adventista visa incentivar a denúncia e conscientizar a população sobre os efeitos da violência cometida a mulheres, idosos e crianças. “Eu já vi várias vezes isso acontecer. Uma vez minha amiga me chamou de dentuça e ainda disse que deixaria de brincar comigo caso contasse para alguém. Eu sei que ela não é uma verdadeira amiga, pois amiga de verdade não faz isso com ninguém”, desabafa a menina “G”, de 9 anos.
Uma verdadeira campanha mundial contra a violência aconteceu no último sábado, dia 27 de agosto. Na região norte do Paraná, adventistas saíram às ruas para manifestar a posição da igreja sobre o assunto: indignação e repúdio. “Eu acredito que a violência nunca deixará de existir, mas nós podemos manifestar a aversão a violência de todas as formas”, afirma Mailson Souza, pastor na cidade de Cambé.
A programação ganhou destaque nas cidades de Cambé, Londrina e Rolândia. Ocorreram passeatas, palestras e esclarecimento de dúvidas. No Colégio Adventista de Londrina, 4 autoridades no assunto falaram a pais e membros da Igreja Adventista. “Por muito tempo as mulheres não tiveram para onde correr. A violência era cometida pelos familiares e os culpados saíam ilesos. Hoje é diferente. Aqui em Londrina temos uma delegacia especializada em crimes contra mulheres, idosos e crianças”, explica Zilda Romero, juíza da 6ª Vara Criminal.
450 pessoas participaram da passeata em Rolândia e a Turma do Nosso Amiguinho ajudou no manifesto. Com balões coloridos e a fanfarra do Clube de Desbravadores, o movimento chamou a atenção de moradores, motoristas e pedestres. O prefeito Johnny Lehmann esteve acompanhando a movimentação e discursou ao final do programa. “É uma iniciativa extremamente importante. A Igreja Adventista vem fazendo um trabalho maravilhoso. Parabéns aos participantes e organizadores”, discursou.
Uma pesquisa realizada pelo IBGE (Instituo Brasileiro de Geografia e Estatísticas) em 2010 revelou que as humilhações características do bullying são comuns em estudantes da 5ª e 6ª séries. Entre os pesquisados, cerca de 20% estão envolvidos com o problema. A forma mais comum é a partir do envio de e-mails ofensivos e difamação em sites como o Orkut.