Quebrando o Silêncio

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Atos contra violência e exploração sexual mobilizam cidades nordestinas

Natal, RN... [ASN] Ela tinha um pouco mais de 16 anos quando se casou. Todo encanto e paixão do início do relacionamento, aos poucos, foram se transformando em temor, medo. No começo eram apenas as agressões verbais, mas depois elas foram se intensificando e o que era somente através das palavras passou a ser física. Tudo o que estava […]


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qs_nordesteNatal, RN... [ASN] Ela tinha um pouco mais de 16 anos quando se casou. Todo encanto e paixão do início do relacionamento, aos poucos, foram se transformando em temor, medo. No começo eram apenas as agressões verbais, mas depois elas foram se intensificando e o que era somente através das palavras passou a ser física. Tudo o que estava vivendo, mudou a ideia de um casamento perfeito de que existia um príncipe encantado. A jovem I. A. F. sofria calada.

Ela acreditava que poderia haver mudanças, pois por diversas vezes houve pedido de perdão por parte do agressor. Ele sempre prometia que seria um bom marido e que os atos não mais se repetiriam, mas, infelizmente, não parou por aí. Um dia, após a ingestão de álcool, ele a violentou e abusou sexualmente, mas dessa vez, ela quebrou o silêncio de quase 10 anos. Contou à família e em seguida o denunciou*.

A história de I. A. F. é uma entre as de muitas mulheres vítimas de violência no Brasil e no mundo. Pessoas comuns que vivem dramas dentro de seus lares, com pessoas bem próximas e de extrema confiança. Igualmente, como na história acima, as vítimas têm dificuldade de falar sobre o assunto por conta da vergonha, medo ou falta de informação.

Para acabar com a impunidade e com o intuito de alertar a população, a Igreja Adventista do Sétimo Dia (IASD), por meio do projeto Quebrando o Silêncio, tem promovido campanhas anuais de caráter educativo e preventivo contra as diversas formas de violação, para incentivar a denúncia e conscientizar a população sobre os efeitos da violência cometida contra mulheres, idosos e crianças, em oito países da América do Sul desde 2002.

No Rio Grande do Norte e Paraíba, o dia 23 de agosto foi marcado por mobilizações nas capitais e também no interior. Em Natal, uma passeata reuniu mais de 800 pessoas na zona sul da cidade. O evento contou com a parceria do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comdica), dos clubes de Desbravadores e Aventureiros, da Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA/região nordeste) e fiéis da Igreja.

Segundo o pastor Damião Soares, um dos organizadores do evento, “uma sociedade que quer ser civilizada, não pode ter abuso sexual.” A imprensa da cidade deu ênfase às manifestações:

http://tribunadonorte.com.br/noticia/grupo-promove-passeata-contra-violencia-e-exploracao-sexual/290931

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/rntv-2edicao/videos/t/edicoes/v/caminhada-contra-abuso-sexual-reune-mais-800-pessoas-em-natal/3583749/

http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/bom-dia-rn/videos/t/edicoes/v/caminhada-contra-abuso-sexual-reune-mais-800-pessoas-em-natal/3585373/

Na capital paraibana foi feita uma carreata até a orla da cidade, com quase 50 carros. Os mais de 300 voluntários aproveitaram o momento para entregar o material informativo da campanha aos motoristas dos veículos e às pessoas que transitavam pela praia. A movimentação foi acompanhada por um trio elétrico que informava dados mundiais sobre o tema abordado.

Veja em:

http://globotv.globo.com/rede-paraiba/jpb-2a-edicao/v/jpb2jp-carreata-contra-a-exploracao-sexual-e-realizada-em-joao-pessoa/3583850/

Nos municípios do interior, os adventistas realizaram caminhadas pelas ruas, com entrega dos impressos a autoridades locais, órgãos públicos, hospitais e comércios. Em Patos, sertão paraibano, os catadores do lixão deram uma pausa no trabalho para receberem exemplares da revista Quebrando o Silêncio.

Se você conhece alguém que passa por qualquer tipo de maus tratos ou até mesmo é vítima de violência, ligue para o DISQUE DENÚNCIA – 100. Você ficará totalmente no anonimato.

* Os nomes dos envolvidos não foram citados a pedido da entrevistada.

[Equipe ASN, Andréa Figueiró]

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